sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Blogs interessantes em EAD

  • Blog do Professor Moran: 
          http://moran10.blogspot.com/
  • Blog do Professor:                                      
          http://blog.joaomattar.com/
  • Blog Brasileiro de Educação à Distância:     
          http://www.educacaoadistancia.blog.br/

    A Educação a Distância no Brasil e no Mundo

    A educação a distância ainda é vista com algumas reservas por muitos pessoas. Primeiro porque pensam que EAD (educação à distância) não tem qualidade, que é fast food. Estes pensamentos são facilmente aniquilados quando nos deparamos com os resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Os alunos de cursos superiores à distância passaram a ser comparados com os presenciais e isto mostrou que o desempenho era superior dos alunos de cursos à distância em diversas áreas.
    Pude perceber que o que leva verdadeiramente um curso EAD ser interessante e até mesmo muito mais proveitoso que um curso presencial é a interação que há entre o tutor e o aluno. Esta distância transacional é quebrada pela maneira com que o tutor se coloca a disposição dos alunos. Na maioria dos cursos à distância as pessoas com as quais pude interagir sobre o assunto relatavam que o tutor uma vez na vida e outra na morte dava um feed back para os alunos de suas participações em fóruns. Quando se acha cursos EAD´s bons é porque o tutor faz uma inteiração exaustiva com os alunos. O que os alunos desejam é ter retorno (feed back) de suas atividades assíncronas como os fóruns, que seus trabalhos sejam analisados e criticados para que estes façam ajustes e apresentem finalizações condizentes com uma verdadeira construção do conhecimento. Se isso não ocorrer apenas se finge ter EAD, passamos a ter chat´s sem construção do conhecimento e isto é o maior responsável pela grande evasão de alunos de EAD.
    As ferramentas utilizadas em EAD dividem-se em ferramentas de autoria e de tutoria (como os LMSs ou AVAs). Estas ferramentas se bem utilizadas permitem aos alunos descobrirem no que estão errando para que encontrem seus próprios caminhos. Acho interessante a idéia do compartilhamento de um mesmo lugar, como a galeria, para a postagem dos trabalhos dos alunos de uma mesma classe EAD. Assim os outros alunos que estão com dúvidas podem abrir o trabalho de seus colegas e perceberem como deve ser feito seu próprio trabalho. É uma forma de instigação ao aluno ver o que os outros estão produzindo. Obviamente nenhum aluno é desprovido de raciocino para copiar o trabalho do outro.
    Na EAD o aluno trabalha com base na Heutagogia que do grego: heuta – auto + agogus – guiar) propõe um processo educacional no qual o estudante é o único responsável pela aprendizagem, ou seja, temos basicamente alunos autodidatas. Como enfatizado no material que nos foi fornecido, “Os professores passam a ser compreendidos como animadores da inteligência coletiva, e sua atividade será fundamentalmente o acompanhamento e a gestão da aprendizagem, com o estímulo à troca de conhecimento e mediação”. Mas acredito que verdadeiramente este é o ponto. E se este acompanhamento e gestão da aprendizagem não são eficazes? Como medir este acompanhamento e gestão? Da para perceber que a missão do tutor em EAD é uma missão hercúlea porque para manter este acompanhamento basicamente o tutor tem que estar online 24h, ou se fazer presente no tempo máximo de 24h para cada intervenção do aluno no moodle. Assim conseguiremos motivar nossos alunos.
    No âmbito da pedagogia utilizada em EAD, temos como exemplo, a partir da metade do século XX, a pedagogia behaviorista que impulsionou o design instrucional onde os professores eram responsáveis somente pela produção do material e os alunos eram totalmente livres para estudarem estes materiais em seus próprios ritmos. Logo após surge a pedagogia socioconstrutivista, baseada em Piaget, mas principalmente em Vygostsky e Dewey, que possibilita a interação de alunos e professores. Por fim chegamos à pedagogia conectivista, que surgiu na era das redes, onde o papel do aluno não é memorizar ou mesmo entender, mas encontrar e aplicar o conhecimento onde e quando necessário.
    A história da EAD data de registros de 1720 com cursos de taquigrafia por correpondência. Esta foi a primeira geração da EAD. A segunda foram as novas mídias (televisão, rádio, fitas de áudio e vídeo e telefone) e as universidades abertas (Open University britânica, fundada em 1969). Já a terceira geração foi a EAD on-line (videotexto, microcomputador, tecnologia de multimídia, hipertexto e redes de computadores). É possível prever várias tendências para o futuro da EaD, como a organização de ambientes pessoais de aprendizagem e o uso de mundos virtuais 3D, games, dispositivos móveis, realidade aumentada e recursos educacionais abertos.
    Já a história da EAD no Brasil data de 1904 com as Escolas Internacionais com datilografia e cursos por correspondência. Em 1923 foi fundada a rádio Sociedade que ensinava português, francês, silvicultura, literatura francesa, esperanto, radiotelegrafia e telefonia. Em 1939 foi criada a rádio monitor para preparar oficiais da marinha e do exército. Logo após foi fundado o Instituto Monitor para construção de rádio caseiro. Outro pioneiro no Brasil foi o Instituto Universal Brasileiro – IUB dedicado a formação profissional de nível elementar e médio. Em 1947 o SENAC, SESC e emissoras associadas criam a Universidade do Ar que durou somente dois anos oferecendo cursos comerciais radiofônicos. Em 1961 foi criado o MEB – Movimento de Educação de Base promovendo letramento de jovens e adultos. Em 1967 o projeto SACI (Satélite Avançado de Comunicações Interdiciplinares) tinha como objetivo criar um sistema nacional de telecomunicações com o uso de satélite. Já em 1970 com o projeto Minerva houve a iniciativa de utilização do rádio para a Educação e a inclusão social de adultos. No ano de 1977 iniciou o Telecurso que era um curso supletivo a distância. A primeira versão dos referenciais de qualidade para EAD foi elaborada em 2003 e alterada em 2007 e neste mesmo ano foi lançado o e-Tec (Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil) voltado para a educação profissional e tecnológica a distância.
    A partir da LDB (1996), a EAD entra oficialmente no palco da Educação brasileira.
    A EaD começou recentemente a ser utilizada no Brasil no Ensino Médio e Fundamental, apesar de já estar largamente difundida no Ensino Superior. As universidades virtuais não possuem câmpus físicos, oferecendo apenas cursos a distância. A EaD desenvolveu-se acentuadamente no ambiente corporativo, por exemplo com as universidades corporativas, e como instrumento de treinamento de órgãos governamentais. Há muitos outros atores na EaD além de professores e alunos, como fornecedores e desenvolvedores de ferramentas, ambientes de aprendizagem, suporte, designers instrucionais, coordenadores e outros.

    Abraços,

    Prof. Júlio Bitencourt